segunda-feira, julho 16, 2007

promontório

Num promontório no extremo existe um estranho monumento com um mais estranho epitáfio.

Escuto os mortos com os meus olhos. Dizem-me que aqui já nada têm e do que mais se queixam é da falta do tempo.
Para eles o relógio parou. Não passa mais água debaixo da ponte. O mundo não gira.
Tempus fugit
Do Tártaro intemporal e eterno, as suas palavras ecoam como ameaça velada e aviso

Nós vamos sempre a tempo. Ainda temos tempo. Ainda…


“... a morte é a solução, mas não morras ainda, espera outro dia, um golpe de sorte, uma cara nova, um novo amigo, milhões de oportunidades, ainda és muito jovem, não morras ainda, espera outro dia, um golpe de sorte, vai fodendo...”
Henry Miller, “Trópico de Capricórnio”

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