sábado, maio 18, 2013

Canção do Engate



Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite para passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos
Tu estás só e eu mais só estou
Que tu tens o meu olhar
Tens a minha mão aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mão deserta
Vem que o amor
Não é o tempo
Nem é o tempo
Que o faz
Vem que o amor
É o momento
Em que eu me dou
Em que te dás

Tu que buscas companhia
E eu que busco quem quiser

Ser o fim desta energia
Ser um corpo de prazer
Ser o fim de mais um dia
Tu continuas à espera
Do melhor que já não vem
E a esperança foi encontrada
Antes de ti por alguém
E eu sou melhor que nada

António Variações

sábado, abril 27, 2013

e foi assim...

... que aconteceu.
e cheguei ao fim do mundo conhecido... e não me encontrei.
agora resta-me regressar e procurar o meu lugar.

quinta-feira, abril 18, 2013

kintsukuroi

Ninguém sai daqui ileso. Tudo quebra.
Mas tu tens ouro. Tu és ouro.

quarta-feira, abril 17, 2013

i belive


«I believe in the good (...) I believe in a lot of things. (...)
I believe that if I eat a tup of butter and noone sees me, calories don't count. (...)
I believe we will survive,
I believe that believing we survive is what makes us survive.»

Grey's Anatomy, Season 3, Episode 16 (Izzie)

quarta-feira, março 06, 2013

quando nos apaixonamos

Quando nos apaixonamos, ou estamos prestes a apaixonar-nos, qualquer coisinha que essa pessoa faz – se nos toca na mão ou diz que foi bom ver-nos, sem nós sabermos sequer se é verdade ou se quer dizer alguma coisa — ela levanta-nos pela alma e põe-nos a cabeça a voar, tonta de tão feliz e feliz de tão tonta. E, logo no momento seguinte, larga-nos a mão, vira a cara e espezinha-nos o coração, matando a vida e o mundo e o mundo e a vida que tínhamos imaginado para os dois. Lembro-me, quando comecei a apaixonar-me pela Maria João, da exaltação e do desespero que traziam essas importantíssimas banalidades. Lembro-me porque ainda agora as senti. Não faz sentido dizer que estou apaixonado por ela há quinze anos. Ou ontem. Ainda estou a apaixonar-me. 

Gosto mais de estar com ela a fazer as coisas mais chatas do mundo do que estar sozinho ou com qualquer outra pessoa a fazer as coisas mais divertidas. As coisas continuam a ser chatas mas é estar com ela que é divertido. Não importa onde se está ou o que se está a fazer. O que importa é estar com ela. O amor nunca fica resolvido nem se alcança. Cada pormenor é dramático. De cada um tudo depende. Não é qualquer gesto que pode ser romântico ou trágico. Todos os gestos são. Sempre. É esse o medo. É essa a novidade. É assim o amor. Nunca podemos contar com ele. É por isso que nos apaixonamos por quem nos apaixonamos. Porque é uma grande, bendita distracção vivermos assim. Com tanta sorte. 

Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Público (14 Fev 2012)'

segunda-feira, fevereiro 18, 2013

quão cedo é agora?


I am the son
And the heir
Of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and heir
Oh, of nothing in particular

You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am human and i need to be loved
Just like everybody else does

There's a club, if you'd like to go
You could meet somebody who really loves you
So you go, and you stand on your own
And you leave on your own
And you go home, and you cry
And you want to die

When you say it's gonna happen "now"
Well, when exactly do you mean ?
See, i've already waited too long
And all my hope is gone

You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am human and i need to be loved
Just like everybody else does

domingo, fevereiro 17, 2013

escolhas

posso escolher de quem gosto,
mas não a maneira de que gosto.

quinta-feira, janeiro 24, 2013

fuga

Quando (em) muita fuga
e muita pressa,
deixamos sempre algo para trás.

quinta-feira, janeiro 17, 2013

amores de porcelana

TODOS nós já nos cansamos de ouvir frases do tipo: "Ela não te merece", ou até, "Os Homens são todos iguais.". E depois?

Porque mesmo que as pessoas tivessem um autocolante a dizer "Frágil" na zona do coração, não era isso que iria impedir com que outros ou outras, tentassem brincar com ele.
Mas sejamos sinceros, grande parte dos Homens são assim.. 

Eu explico, as Mulheres têm coração de manteiga, mas se tu (mulher, neste caso) escolheres um Homem com mãos de manteiga, ele vai pegar no teu coração à maneira dele, e o resultado vai ser o mesmo de sempre..
Ou seja, tu própria com uma vassoura na mão a varrer os cacos do teu frágil e despedaçado coração de cristal, misturados com água e sal.

Um Homem nunca se caracteriza a ele próprio. Não diz: "Eu sou assim e assado.".


É como se na sua cabeça tivesse uma definição sobre ele mesmo, e que nesse momento passasse corrector por cima à espera que a 'tal' mulher a preencha com o significado correcto, de forma sincera e honesta, de preferência e agrado para ambos, claro.

Até porque Homens e Mulheres são assim, seres à espera que apareça a pessoa ideal e lhe dê a definição exacta e correcta do verbo "amar". Mas o problema são as pessoas analfabetas que entram na nossa vida e pelo nosso coração dentro, sem sequer pedir licença.
E quando damos conta, já aprendemos dois verbos novos: chorar e sofrer.
É nesse preciso momento que vemos que afinal a palavra 'amor', é sinónima da palavra 'impossível'.

Porque pior que erros gramaticais, são os erros sentimentais.
Onde em cada frase (relação), há uma vírgula (discussão) e que se não for entendida e colocada no sítio certo, pode ditar a diferença entre a frase acabar num ponto final sem parágrafo (fim) e em reticências (futuro em aberto)...

Uma hISTÓRIA (amor) pode ser escrita por duAs pessoas (casal), independentemente da tinta que se use (raça), do tipo (sexo) e da forma da caneta (termos físicos).
Basta cada um entender a caligrafia do outro (personalidade), evitando ao máximo possíveis erros gramaticais (conflitos).

Porque é preciso muita escrita (força) para se escrever uma história feliz (casamento), mas valerá a pena quando contares toda a tua história aos teus netos e eles de cedo já desejarem escrever (ter) um romance como o teu, como o que tu escreveste, onde tu foste protagonista...

... Mas atenção, porque há erros (lembranças) que nem uma borracha consegue apagar do papel (memória).


João Santos, roubado daqui