sábado, abril 28, 2007

ama(r)go

Ama(r)go
Que pode alguém dizer quando o seu cerne do seu ser está corroído pela suspeita?

terça-feira, abril 24, 2007

finis gloriae mundi

tudo é perene... tudo é mortal... tudo é pó

...e no entanto há coisas eternas...

(como isto que trago cá dentro)

não vem nos livros

Não… o assunto não vem nos livros… pelos menos nos de instruções. E por muita experiência que tenhamos, cada caso é sempre um caso diferente.
Resolver cada um à sua maneira e nenhum deles é fácil… nunca é fácil.

segunda-feira, abril 23, 2007

guerra

vou comprar uma arma e começar uma guerra.


diz-me só a causa por qual lutar...

sábado, abril 21, 2007

por um golpe de sorte

“... a morte é a solução, mas não morras ainda, espera outro dia, um golpe de sorte, uma cara nova, um novo amigo, milhões de oportunidades, ainda és muito jovem, não morras ainda, espera outro dia, um golpe de sorte, vai fodendo...”

Henry Miller, “Trópico de Capricórnio”

sexta-feira, abril 20, 2007

dependência

“Gostaria de penetrar os seus segredos, gostaria que se me dirigisse e dissesse: “Bem sabes que te amo”, mas se tal loucura é irrealizável, então... que desejar? Será que sei o que desejo?
Estou como que perdido; o que quero é ficar ao pé dela, na sua auréola, na sua irradiação, para sempre, durante toda a vida. Nada mais sei! Será que posso afastar-me dela?

Fidor Dostoievsky, “O Jogador”

quinta-feira, abril 19, 2007

despertares

Sofro da síndroma dos mutilados de guerra que ainda sentem as dores de um membro que já não têm. Dores reflexas de membros fantasmas. São coisas da guerra, são coisas da vida.
Acordo violentamente de madrugada mergulhado em suores frios e dores, aos berros, histérico, cheio de pavor. Sonho que me amputaram os braços. Sonho que te levaram de mim, que não estás aqui ao meu regaço.
A enfermeira acode de pronto. Vem em meu socorro, tranquiliza-me. Dá-me 70 miligramas de morfina e eu repouso, volto ao meu sono branco, até tornar a acordar. Até voltar a acordar.

ideias

Se calhar “Mas a grande pergunta a fazer é, evidentemente: Quando amamos alguém, ou melhor, nos apaixonamos por alguém, porque é que nos apaixonamos verdadeiramente? É uma ideia da pessoa amada, ou é a pessoa propriamente?
Talvez sejamos capazes de viver com as nossas ideias. Talvez sejam sempre as nossas ideias que amamos.”

Lars Gustafson, “A morte de um Apicultor

ama-me!

Ama-me!
Peço-te que me ames.
Porque?
Porque te amo.
Não é razão que chegue?
Que razão tão estúpida e que razão tão forte, mas como se a razão aqui fosse chamada.
O que me interessa é que te amo contra toda a razão.
E não me interessa o que possas dizer. Só me interessa o que dizes se disseres que me amas. E nem pergunto porque, porque eu não sei nem interessa, desde que me ames.

9807280249*0408072344

natalEros

“Como nasce o amor?
Talvez de uma súbita falha do universo, talvez de um erro, nunca de um acto de vontade.”

Marguerite Duras

talvez

Talvez não custe morrer, custa é ter vivido.
Talvez não custe não ver, custa é ter visto.
Talvez não custe sofrer, custa é ter beijado.
Talvez...
Talvez a razão seja uma ilusão ou um desengano dos nossos sentimentos, ou simplesmente a própria quimera. A morte sabe tão bem como um sono profundo e tranquilo sem sonhos nem pesadelos.
Talvez não custe perder, custa é ter amado.

quarta-feira, abril 18, 2007

assuntos cardíacos

“… em assuntos do coração e do sentir sempre o demasiado foi melhor que o diminuído…”

José Saramago, “A Caverna

fingidores

“Os homens são assim, fingidos de força, porque têm medo.”
Mia Couto, “O último voo do flamingo”

voar


se tem asas é para voar.

há que saber deixar partir.

nevoeiro

O nevoeiro ou névoa é uma nuvm cuja base está no solo ou perto dele e reduz a visibilidade a menos de 1000 metros. Pode ter origem no calor radiado durante a noite, em ar húmido que se move na horizontal e é arrefecido por baixo ou aparecer entre o ar quente e o ar frio numa frente.

O nevoeiro tolda-nos a visão

Hoje está nevoeiro. Dizem-me que está um lindo de sol. Para mim está nevoeiro. Não consigo ver muito além do meu nariz. Olho para trás e não vejo passado. Olho para a frente e não vejo futuro. Mal consigo ver o sitío onde estou. Mal consigo ver o presente.

Mais que escuro... hoje está nevoeiro.

terça-feira, abril 17, 2007

efémero e frágil

Agora, só depois de se descobrir o que já carregava dentro de mim…
É como uma borboleta que após tanto tempo nasce e morre…
Só estamos cegos ao que queremos ser alheios… até ao momento em que despertamos com a subtileza de um martelo

segunda-feira, abril 16, 2007

fantasmas

andam fantasmas e assombrações cá pela casa...
será este templo maldito? ou de que outro mal poderá ele padecer?
sombras, luzes, espirítos, memórias, errantes, deslumbres...
certo e incerto...
sinceramente? não sei...
sei que esta noite não se dorme, cá em casa.

história da minha vida

Agora em português o post anteriormente conhecido como "a story of (my) life"
Se as histórias se repetem, porque não se hão-de repetir os posts? Só mudam as personagens, os locais e às vezes as linguagens. De resto... tudo igual.


Uma mulher tem um amigo chegado. Isso significa que ele provavelmente está interessado nela e é por isso que ele se mantém tão por perto. Ela vê-o unicamente como amigo. Isto começou tudo com um: Tu és um tipo porreiro, mas não gosto de ti dessa maneira.
Isto é mais ou menos o equivalente a um tipo que vai a uma entrevista de emprego e a empresa diz: Você tem um excelente currículo, tem todas as qualificações que estamos à procura, mas não o vamos contratar. No entanto iremos usar as suas habilitações como termo de comparação para futuros candidatos. Mas vamos contratar alguém menos qualificado e que provavelmente até será alcoólico. E se ele não trabalhar bem, vamos contratar outra pessoa qualquer, mas não você. De facto, nunca o iremos contratar, mas vamos chamá-lo de vez em quando para nos queixarmos acerca da pessoa que contratamos.

domingo, abril 15, 2007

othello

Otelo, o mouro de veneza

"Onde andavas meu Otelo, que te julgava perdido?"
para meu bem espero que seja só mesmo Otelo,
que a loucura tenha o nome de Iago.
De outra forma, como matar,
ou como morrer?

sábado, abril 14, 2007

a raposa e o principezinho



“Cativar” quer dizer o que?
É uma coisa que toda a gente se esqueceu. Quer dizer criar laços
Por enquanto tu não és para mim senão um rapazinho perfeitamente igual a cem mil outros rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Mas, se tu me cativares , passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E eu também passo a ser única no mundo para ti…
Sabes, há uma certa flor… tenho a impressão que ela me cativou…
É bem possível. Ve-se cada coisa á na Terra…
Só conhecemos o que cativamos.Se tu queres um amigo, cativa-me!
Que é preciso fazer?
É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
(...)
Teria sido melhor voltares à mesma hora. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estaria inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
Que é um rito?
É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas.
(…)
Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos…
Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa importante.
Ficas responsável para todo sempre por aquilo que cativaste.
adaptação do texto de Antoine de Saint-Exupéry, "O Principezinho"

guardar



…guarda-a como se de uma pomba se tratasse.
.
Guarda-a junto a ti, junto ao regaço do teu peito.
.
Mas tem cuidado...

Não a apertes demais. Sufocá-la-ias e morreria

Não a deixes demasiado livre, pois pode voar e fugir.

sexta-feira, abril 13, 2007

segunda-feira, abril 09, 2007

mãos ao ar! isto é um assalto

quinta-feira à noite… quer dizer, em bem da verdade até já era sexta-feira, porque já era uma da manha.
Depois de as deixar estavam muito preocupadas por eu me meter sozinho a pé pelas ruas do Porto.
-Palermice. Disse eu

De facto, nunca estamos realmente a salvos, nunca podemos dizer que estamos bem, mas tomadas certas precauções não há problemas de maior. Evitar os cantos escuros e de fraca visibilidade, um passo certo, rápido e decidido e em caso de dúvida nunca me aproximar ou deixar aproximar estranhos. Nunca ninguém assaltou ninguém a três metros de distância.
É certo que aprendi isso por experiência própria, ou seja da pior maneira… Mas a lição ficou aprendida.
Não podemos é exagerar na distância. Também não queremos ser uma ilha no meio do nada. Mesmo que isso signifique o risco de que nos roubem alguma coisa.

domingo, abril 08, 2007

intimidade I






















“A partilha do sono era o corpo de delito do amor

Milan Kundera“A Insustentável Leveza do Ser”

sexta-feira, abril 06, 2007

a story of (my) life

Retirado algures da net*, de um sitío dizia ser também retirado de algures da net... por isso, não sei de onde, apenas de um sítio algures na net. Sei é que não é meu, mas até que podia ser.
"A woman has a close male friend. This means that he is probably interested in her, which is why he hangs around so much. She sees him strictly as a friend. This always starts out with, you're a great guy, but I don't like you in that way. This is roughly the equivalent for the guy of going to a job interview and the company saying, You have a great resume, you have all the qualifications we are looking for, but we're not going to hire you. We will, however, use your resume as the basis for comparison for all other applicants. But, we're going to hire somebody who is far less qualified and is probably an alcoholic. And if he doesn't work out, we'll hire somebody else, but still not you. In fact, we will never hire you. But we will call you from time to time to complain about the person that we hired."
(* não vou revelar a minha fonte. é um perfil do hi5 e por isso vou manter a privacidade do mesmo.)

domingo, abril 01, 2007

dessincronizada

A vida não é anacrónica, mas parece andar cronicamente dessincronizada.
Há momentos que não acontecem quando deviam acontecer.
Há gente que chega cedo de mais à nossa vida. Há gente que chega tarde demais.
Se há um grande plano no meio deste caos todo, pelo menos em questões de tempo não deve estar muito afinado. Ou então é uma afinação desafinada.

É pena. Chegaste tarde e partes cedo. Era bom conhecer-te melhor.