quinta-feira, abril 19, 2007

despertares

Sofro da síndroma dos mutilados de guerra que ainda sentem as dores de um membro que já não têm. Dores reflexas de membros fantasmas. São coisas da guerra, são coisas da vida.
Acordo violentamente de madrugada mergulhado em suores frios e dores, aos berros, histérico, cheio de pavor. Sonho que me amputaram os braços. Sonho que te levaram de mim, que não estás aqui ao meu regaço.
A enfermeira acode de pronto. Vem em meu socorro, tranquiliza-me. Dá-me 70 miligramas de morfina e eu repouso, volto ao meu sono branco, até tornar a acordar. Até voltar a acordar.

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