sábado, junho 21, 2008

anônimo

O anônimo aqui sou eu. Eu é que sou o indigente.

Eu é que não tenho nome, nem sei quem sou.

Minha mãe não tinha nome e meu pai nem sei quem é. Nem ele sabe quem eu sou.

Minha terra me viu nascer, mas como o ventre de minha mãe, me renegou e expulsou.

Meu bairro não me sorri. Meu vizinho, não olha para mim.

Olá é palavra cara. Bom dia também. Aliás, palavra é palavra cara.

Mulher não sabe quem sou. E se eu sei o que é mulher, não sei o que é o amor.

A bala sabe bem quem sou, mas não sabe quem mata.

Anónimo, é o que sou.

Quem sou eu? Ninguém!

Sem comentários: