sexta-feira, junho 29, 2007

as frágeis hastes

Não voltari à fonte dos teu flancos;
ao fogo espesso do Verão
a escorregar infatigável
dos espelhos, não voltarei.

Não voltarei ao leito breve
onde quebramos uma a uma
todas as frágeis
hastes do amor.

Eis o Outono: cresce a prumo.
Anoitecidas águas
em febre, em fúria, em fogo,
arrastam-me para o fundo.

Eugénio de Andrade

Sem comentários: