Não voltari à fonte dos teu flancos;
ao fogo espesso do Verão
a escorregar infatigável
dos espelhos, não voltarei.
Não voltarei ao leito breve
onde quebramos uma a uma
todas as frágeis
hastes do amor.
Eis o Outono: cresce a prumo.
Anoitecidas águas
em febre, em fúria, em fogo,
arrastam-me para o fundo.
Eugénio de Andrade
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